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Molly Sweeney

"Molly Sweeney"

Brian Friel
Teatro Das Beiras Molly Sweeney
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Molly 3
Autor
Brian Friel
Tradução
Paulo Eduardo Carvalho
Encenação
Nuno Carinhas
Assistente de encenação
Sílvia Morais
Cenografia, Figurinos, Cartaz e Pintura do Pano de Terra
Luís Mouro
Sonoplastia
Hâmbar de Sousa
Desenho de luz
Fernando Sena
Interpretação
João Melo, Susana Gouveia e Tiago Moreira
Confeção de Pano de Terra
Rafaela Graça e Susana Gouveia
Carpintaria
Ivo Cunha
Costureira
Sofia Craveiro
Direção de Produção e Comunicação
Celina Gonçalves
Assistente de Produção e Comunicação
Patrícia Morais
Fotografia e Vídeo
Ovelha Eléctrica
Agradecimentos
Dª Marília Carvalho e Rute Machado
Duração aprox.: 120 min.
Classificação etária:
Para maiores de 12 anos

Depois de Uma História na Cama (1997) de Sean O'Casey e Oeste Solitário (2006) de Martin McDonagh, o Teatro das Beiras regressa à dramaturgia irlandesa com Molly Sweeney, de Brian Friel.

Friel (1929 – 2015) expande a sua obra por mais de 3 dezenas de peças, tendo merecido especial atenção e divulgação na última década do século XX. Cofundador, com o ator Stephen Rea, da Field Day Theatre Company, tem sido traduzido e encenado em Portugal desde os anos 70 do século XX, com títulos como Amantes e Triunfantes (1970/71), Pais e Filhos (1991), Traduções (1996), Danças a um deus pagão (1996), Molly Sweeney (1999), O Fantástico Francis Hardy, curandeiro (2000) e Terapia das Almas (2019), que o situam na linhagem de Yeats e de Synge, universalizando as especificidades irlandesas, convocando à reflexão induzida pela emoção e imaginação sustentadas na valorização da palavra, muito embora “as palavras não sejam dotadas de plenos poderes até um actor as libertar e as preencher”.

A estreia de Molly Sweeney em 1994 no Gate Theatre ficou marcada por ser a primeira encenação de Brian Friel, experiência que voltaria a repetir em 1997 com Give me your answer. O espetáculo teve na altura uma receção dividida entre o louvor e o ceticismo. A peça chega ao público português em 1999 através do Ensemble – Sociedade de Actores, com encenação de Nuno Carinhas.

O texto estrutura-se a partir da alternância das narrativas de três personagens sem interação umas com as outras – Molly, uma mulher independente e capaz, cega desde a infância, submete-se a uma cirurgia para tentar restaurar a visão; Frank, o entusiasta e inquieto marido que faz da cegueira da esposa a sua última causa; e Dr. Rice, outrora um famoso cirurgião, agora um alcoólico caído em desgraça que tenta restaurar a visão de Molly, numa tentativa de recompor a sua reputação.

Parte da construção dramática do texto é inspirada no estudo “Ver e Não Ver” de Oliver Sacks, mais especificamente em Virgil, um homem cego desde a infância cuja visão fora recuperada em adulto e, assim como Molly, após a operação, vê o seu mundo percetivo desmoronar e não se consegue ajustar ao novo mundo visual. A sua experiência é descrita como um “milagre abortado”.

No final, Molly diz: “vivo agora num país de fronteiras” onde as perceções deixaram de ser fidedignas, e a loucura e a realidade se fundem no mesmo caos.