Decorre o ano de 1147. D.Afonso Henriques, auxiliado por cruzados em trânsito para a Terra Santa (Segunda Cruzada), cerca e conquista Lisboa aos mouros.
Partindo de relatos ocidentais, recria-se o ponto de vista do "lado de lá", o dos muçulmanos, através da crónica de Alabad ibn Muhammad Almançor, arqueiro e poeta.
Fugido de Santarém (tomada de assalto pelos portugueses meses antes), Alabad e o seu irmão Youssef são acolhidos por um tio lisbonense, procurando aí recomeçar as suas vidas.(...)
Na tradição dos contadores de histórias e com acompanhamento musical-sonoro ao vivo, Alabad desdobra-se em inúmeras personagens e situações trágico-cómicas, descrevendo e confidenciando com palavras e gestos a perda de uma das mais importantes cidades comerciais do Al-Gharb Al-Andaluz, a parte da Península Ibérica controlada pelos muçulmanos.
Já conhecemos alguns relatos de testemunhas presenciais do mesmo acontecimento. Agora temos este, vindo do outro lado e chegado dos céus; tão verdadeiro e tão falso quanto os restantes que aqui ficaram, na Terra.(...)
Não querendo este trabalho fazer a apologia de alguma das partes (e não querendo também estabelecer dicotomias), estimulou-nos muito recriar e imaginar "o outro lado", o lado que raramente nos é dado a sentir e que ainda hoje é subestimado por um punhado de ideias feitas e distorcidas. Porque "uma mão só não bate palmas", sobretudo se também queremos prestar um tributo à nossa cultura, aquela onde vivemos e onde habitam muitos dos nossos sonhos e angústias.(...) Nesta perspectiva, os contornos de O relato de Alabad - um texto original de autor português contemporâneo - serve, uma vez mais, a linha de trabalho que é cara ao projecto do Teatro Meridional: Um teatro despojado onde a voz e o corpo do actor são a principal referência.
Direção Cénica e Desenho de Luz: Miguel Seabra
Espaço Cénico e Figurinos: Marta Carreiras
Música original e Espaço Sonoro: Fernando Mota
Interpretação: Nuno Pino Custódio e Fernando Mota
Depois dos assassinatos é o título de uma peça. Eu decidi publicar alguns destes coros. Originalmente, eram discursos das personagens da peça. Chamei-lhes coros na esperança que encontrassem uma atitude de reflexão.
A peça trata sobre um acontecimento no ano 2030. Quando foi escrita, este evento acontecia 50 anos no futuro. Um soldado deserta e rapta a filha de um operário de uma fábrica de armamento para protestar contra o fabrico e troca de armas. Entre as outras personagens, encontram-se os pais do soldado e da vítima, outros soldados, funcionários do governo, fanáticos da extrema-direita, protestantes da extrema esquerda.
Eu não guardei a cópia da peça. Se bem me lembro o soldado foi morto e no seu funeral os coros eram falados.
Edward Bond
Tradução: Luís Mestre
Encenação: Paulo Castro
Interpretação: Anabela Nóbrega, Luís Mestre e Pedro Carvalho
O Autor, apresenta- nos uma reflexão sobre a vida e o relacionamento prisional. Influenciado pela infância e juventude vivida nos Estados Unidos da América, onde parte da família Sousa Mendes vivia exilada desde princípios dos anos 50, o autor toma posições firmes contra a pena de morte e/ou completa exclusão social que, normalmente, a reclusão prisional acarreta, propõe- nos a todos essa mesma reflexão, também, sobre os direitos individuais, em democracia.
Dramaturgia e Encenação: José Mascarenhas
Cenários e Figurinos: Sónia Tavares
Interpretação: Susana Teixeira, Victor Pires, Rui Ferreira e Adriano Bailadeira
Esta peça retracta a vida de dois meninos amigos, Abílio e Caetano.
Abílio vivia com a sua mãe e o seu padrasto, mas não sabia que seu padrasto era seu padrasto, pensando que era seu pai, situação que vem a descobrir mais tarde num curandeiro.
O clima em casa entre os seus pais não era dos melhores, motivo que leva o Abílio a viver fora de casa.
Abílio junta-se ao seu amigo Caetano que era órfão de pai e mãe. Os pais morreram presos na cadeia em 1983,considerados candongueiros e Caetano vivia com seu avô, um velho paralítico e mudo, defeitos que teve em 1985 quando foi chicoteado pelos milicianos na bicha de pão...
Abílio e Caetano, vencidos pela pobreza, vão a um curandeiro à procura de riqueza. O curandeiro demonstrando o seu poder tradicional, deduz a vida de cada e as complica. Para serem ricos, Abílio tinha que matar a sua mãe e num espaço de seis meses tinha que matar o Caetano. O Caetano por sua vez tinha que matar o avô, e num espaço de seis meses tinha que matar o Abílio.
Só assim podiam encontrar a riqueza. Quem será rico?
Encenação: Antonio Nhamizinga Garcia
Cenografia: Antonio P.N. Garcia e Chite Aderito Chauque
Interpretação: Carlos Lourenço, Fatima Murave, Ramos Junior, Antonio Garcia, Chifite Chauque e Jose R. Jone
Utilizando o ambiente provinciano de uma pequena terra siciliana “O Barrete de Guizos” conta a história de um escriturário (Ciampa) que se vê envolvido num plano gizado pela mulher do seu patrão (Beatrice) para provar o adultério do seu marido com a mulher de Ciampa. Nunca haverá provas de adultério, e depois de Ciampa ameaçar defender a honra com a morte da mulher e do patrão, Beatrice é acusada de loucura e obrigada pela família a recolher a uma Casa de Saúde. Assim a honra da família ficará salva... Esta peça escrita originalmente em dialecto siciliano, foi recriada na língua italiana em 1917. “O Barrete de Guizos” é uma comédia de ciúmes, honra, traição e loucura, onde Pirandello, para além da mestria da sua escrita nos lega essa verdade paradigmática por demais citada e provavelmente, verdadeira, de que o teatro é o espelho da própria vida. O tema da loucura, tão presente na obra de Pirandello é neste caso muito mais evidente no que concerne às convenções sociais, que ao espectro da própria doença. A vida é para Pirandello uma experiência grotesca, um espelho que nos devolve uma imagem intrigante de nós mesmos, utilizando o teatro para nos propor uma reflexão sobre as grandes interrogações do homem e da vida.
Encenação: Gil Salgueiro Nave
Tradução: Isabel Lopes
Interpretação: Alice Dias, Alexandre Barata, Ana Filipa Trindade, Bina Ferreira, Hugo Caroça, Rogério Bruno, Ana Ademar e Maria Marrafa
Cenografia e Figurinos: Luís Mouro
Discasting é um espetáculo composto de vários Sketchs onde o Humor e a Ternura se encontram ao som do Rock'n'Roll e da música dos mais conhecidos Desenhos Animados.
Três actores no desemprego (o 2, o 3 e o 4) vão de Casting em Casting à procura de Trabalho. Cada Prova a que assistem é uma pequena história onde se encontram envolvidos nas situações mais tresloucadas: um capítulo de desenhos animados, uma telenovela, um circo, um salão de Bowling e uma prova para substituir a Equipa Olímpica de Natação Sincronizada.
Conta-se também o romance de uma Actriz (baseado numa história real!!) que faria tudo - mas mesmo tudo - para conseguir o papel da sua vida!
Espectáculo hilariante, baseado em Linguagem Corporal, com uma depurada técnica e um particular estilo de Humor.
Encenação: Colectiva
Desenho de luz: Patricia Jimenez
Produção: Jangada Teatro
Intérpretes: Noelia Dominguez, Paco Navarro, Angel Fraqua e Sérgio Agostinho
Vê-se ao longe um objecto estranho, parte barraca de feira, parte caixa de Pandora.
O espectador vai-se aproximando. O objecto, translucente e misterioso começa a cintilar.
Sombras estranhas revelam um homem, um pastor lavando os olhos no ribeiro, ultrapassando a cegueira numa viagem que o leva pelas águas abaixo passando moinhos e cascatas, pescadores e barqueiros até chegar ao oceano.
O público, agora sentado dentro da caixa. Envolvido, submerso, arrastado pelo fantástico mergulho teatral do pastor volta de repente a superfície com o brusco e burlesco aparecimento de uma criatura, simpática e agressiva, cómica e pateta.
Um monólogo de duas cabeças revela um conto de chantagem e de traição de presuntos e batatas e pesos na consciência. Os três contos que a caixa tem para revelar acabam com um sereio, parte homem, parte peixe que como um salmão, contra a corrente, deixa o mar, subindo o rio até a nascente.
Nas frias águas da serra o encontro com os mortais, comovente história de amor, estranha música vindo das profundezas atlantidas, encanta e assusta, chama e transporta-nos à conclusão de três viagens, três contos, três momentos de magia e de emoção.
Encenação: Graeme Pulleyn
Cenografia: Helen Ainsworth e Carlos Cal
Interpretação: Abel Duarte, Eduardo Correia, Graeme Pulleyn e Paulo Duarte
Reunidas para o enterro da mãe, quatro irmãs (Maria Lúcia, Selma, Regina e Laura) encontram-se para partilhar muito mais do que a casa deixada em herança. Através da partilha dos bens, desde a venda da casa até à divisão de um serviço de loiça de brincar, estas irmãs vão confrontar as suas opções de vida, sonhos, frustrações e expectativas. As divergências são inevitáveis, pois as quatro seguiram caminhos muito diferentes.
(...)
Além de fazerem um balanço do passado, marcado por revelações e intimidades, as quatro irmãs são obrigadas também a enfrentar novas exigências. Selma, a mais conservadora tem que enfrentar a gravidez da filha adolescente. Regina, apesar de toda a sua energia positiva, é obrigada a encarar momentos de solidão. Maria Lúcia tem de conviver com a distância a que vive da família, amigos e particularmente do filho. Laura, uma dependente do trabalho, que usa para preencher o vazio deixado pela mulher que amou e morreu, reaprende a rir com as irmãs mais velhas.
A conturbada venda da casa que, a princípio se apresentará como um factor de divisão, acabará por as unir como as crianças que já foram, ao redor de um serviço de brincar.
Encenação: Miguel Assis
Cenografia: Luis Valido
Interpretação: Célia David, Maria Simões, Isabel Gravito e Susana Brito
“ O Clérigo da Beira” de Gil Vicente é a 49ª produção do Teatro das Beiras. Um espectáculo estreado em Guimarães no âmbito do Festival Vicentino.
Este espectáculo construído a partir do texto integral de Gil Vicente revela mais uma vez a predilecção do autor pela região da Beira, inspirando-se na sua paisagem e nas suas gentes, exercitando o seu humor e finíssimo sentido crítico à “moral” e aos costumes da sua época.
Esta pequena farsa organizada de forma descontínua e fragmentada em vários “quadros” foi escrita em 1529 ou 1530 e é apresentada através de um arranjo musical onde desfilam as personagens tipo que Gil Vicente já nos tinha revelado ao longo da sua obra – um Clérigo rude e boçal, um Vilão enganado, dois Moços parasitas da Corte, um Negro carregado de exotismo e uma Velha acompanhada por uma rapariga possuída pelo “espirito de Pedreanes”.
“O Clérigo da Beira” acaba por ser, como diz Paul Teyssier, o reencontro com “ (...) uma Beira sem poesia, uma Beira rude e fruste (...) mas onde o pormenor das cenas é de grande comicidade.”
Encenação: Gil Salgueiro Nave
Interpretação: Alexandre Barata, Ana Ademar, Maria Marrafa, Rogério Bruno, Rui Silva, Hugo Caroça e Ana Filipa Trindade
Cenografia e Figurinos: Luís Mouro
Música Original: Alexandre Barata
Iluminação: Rogério Bruno
Em 2002 cumprem-se 500 anos sobre a primeira representação Vicentina.
A "Romagem de Agravados", estreada em Évora quando do nascimento do Infante D. Felipe, quarto filho de D. João III, em Maio de 1533. Peça proibida pela Inquisição, alguns investigadores com A. Bell e Braancamp Freire levantaram a hipótese de identificação entre ela e o desaparecido "Auto da Aderência do Paço", ainda que outros, como Osório Mateus, prefiram antes associar a "Farsa dos almocreves" a tal possibilidade.
Seja como for, a "Romagem" é uma farsa, comédia satírica que desmascara a corrupção e a vaidade, a ambição e a leviandade. Romaria de romeiros agravados, onde "alguns se agravam de abastados".
Os queixosos e descontentes (fidalgos, rústicos e regateiras, freiras e pastoras), desfilam aos pares, em procissão, perante Frei Paço que lhes prega o conformismo social; porque, bem vistas as coisas, "O Paço é (...) pasto de grandes senhores/e mais é um grande mar com soma de pescadores". Pois!...
Encenação: Mário Barradas
Cenografia: José Carlos Faria
Música: Gil Nave
Interpretação: Álvaro Corte Real, Ana Meira, Dulce Vermelho, Figueira Cid, Isabel Bilou, Jorge Baião, José Carlos Faria, José Russo, Rosário Gonzaga, Rui Nuno, Vitor Zambujo
Obra datada de 1509, o Auto da Índia é uma peça de enredo. A intriga desenrola-se ao longo de vários anos, com abreviações cronológicas que lhe imprimem um andamento ágil e vivo. (...)
A heroína é uma mulher de Lisboa cujo marido parte para a Índia. Durante a sua ausência, que dura alguns anos, a mulher assim deixada sozinha leva vida divertida, com a cumplicidade da criada, e mantém ao mesmo tempo duas ligações. Enquanto um dos amantes está dentro de casa, o outro espera à porta, impaciente. (...)
O Auto da Índia afigura-se um contraponto das ideias feitas, da moral corrente e da ideologia oficial. Em tudo isso se vê facilmente o «reverso do mito dos Descobrimentos». Os heróis do Oriente são reduzidos às dimensões da humanidade mediana e as suas mulheres fazem deles maridos atraiçoados enquanto estão ausentes. O tema da infidelidade feminina, que aparece em outras farsas, é tratado com divertido cinismo. E, ao cabo, a mulher retorna ao leito conjugal sem o menor constrangimento e até com certo prazer.
(Paul Teyssier "in Gil Vicente - o autor e obra")
Encenação: Gil Salgueiro Nave
Dispositivo Cénico: Luis Mouro
Interpretação: Alexandre Barata, Ana Ademar, Hugo Caroça, Maria Marrafa e Rogério Bruno
O Diabo e o Anjo numa só figura enganosa, e diferentes figuras humanas que vão buscar o contacto com o juiz sobrenatural em meros disfarces de uma só personagem, procurando iludir o fiscal e conseguir a salvação.
Com as sucessivas máscaras a personagem humana assume diferentes pecados e qualidades pessoais, sempre à espera de uma avaliação final positiva, mas é apenas como Parvo que conseguirá a passagem, depois de, afinal, ter feito troça de todo o elenco social, que apenas imitou.
O espaço dramático de “Barca do Inferno” é um lugar perdido na linha de sombra que separa o mundo da eternidade. Ou numa ideia mais moderna, o lugar obscuro da consciência individual onde todos encontramos o nosso anjo e o nosso diabo. A representação convencional acontece num cais com duas barcas – uma ideia medieval inspirada na Lacuna Estigia dos gregos.
Mas o trabalho de encenação e cenografia propõe uma máquina cénica mutante que preenche o espaço cénico. No centro da acção um instrumento cenográfico que, manipulado por um anjo-demónio, adquire variadas formas servindo de cenário para as paixões e medos do ser humano.
Encenação: Pompeu José
Cenografia: José Tavares
Música: Fran Perez
Interpretação: Raquel Costa, Junior Sampaio, Hugo Sousa
Com 6 intérpretes em cena, é um espectáculo muito musical (execução ao vivo), divertido mas também pedagógico e apelando à sensibilidade do espectador. Numa antologia de pequenos textos teatrais de grandes autores universais (Cervantes, Gil Vicente, W. Shakespeare, António Pedro, Osvaldo Dragun), em homenagem aos actores ambulantes, ao teatro de rua, aos saltimbancos, propõe a arte de representar ao serviço do espectador num teatro em que o público nunca está a mais. Uma peça teatral de constante participação, convidando-se espectadores para contracenarem com os actores, num palco muitas vezes centrado na plateia, num permanente jogo entre ambos. A festa do som popular da concertina e o rufar de bombos e tambores. A cor do guarda roupa, o movimento, o corpo, a voz e a alma do actor, cantor e contador de histórias. A magia das palavras dos grandes poetas num espectáculo preparado para cativar novos públicos. Espectáculo de homenagem teatral aos actores ambulantes, aos homens dos robertos da nossa infância, aos actores sem os quais o Teatro se não realiza.
Encenação e dramaturgia: José Leitão
Direcção e execução musical: Carlos Adolfo e Ricardo Rocha.
Figurinos e adereços: Fátima Maio.
Interpretação: Afonso Guerreiro, Anabela Nóbrega, Margarida Videira, Micaela Barbosa, Carlos Adolfo e Ricardo Rocha.
A história gira em redor de quatro personagens: Avestruz Maricotas, Zé Finório, Sr. Simplício e o palhaço Salta-que-salta.
Mais uma vez DançArte ousa novas abordagens, criando uma peça em que o narrador está presente; numa colocação perto das crianças desenvolve uma ligação estreita entre a acção no público e a acção no palco.
Os bailarinos também quebram o espaço formal e tradicional e invadem a plateia, criando laços reais com as crianças.
No final com a conversa partilhada e/ou atelier de movimento, entre interpretes e crianças no público a DançArte consolida as relações de conhecimento e partilha iniciadas no decorrer da peça. É muito importante que as crianças conheçam aqueles que lhe ofereceram uma prenda e que de certa forma são especiais durante algum tempo.
Coreografia e figurinos: Sofia Belchior
Composição musical: António Machado
Cenografia e desenho de luzes: Sofia Belchior e António Machado
Interpretação: Rita Abreu, Vanessa Amaral, Sofia Belchior, Filipa Peraltinha e Dolores de Matos
Espectáculo para a infância, visual e musical. Mistura actores com marionetas gigantes, mais conhecidas como gigantones.
O universo e as personagens desta história, foram inspirados no imaginário dos duendes e dos seres fantásticos da floresta, partindo de algumas referências de contos e lendas populares.
“Foi na Loja do Mestre André” remete-nos ao mundo de uma velha profissão e à minúcia de uma arte que tende a perder-se no tempo e na memória colectiva. O ofício de alfaiate e as suas velhas tesouras e ferros a carvão inspiram e estimulam nas crianças o prazer pelo trabalho manual, o apreço pelos artesãos e pelas artes antigas, contribuindo assim de algum modo para a sua perpetuação nas tradições dos povos.
Encenação: Julieta Aurora Santos
Figurinos: Bibi Santos
Interpretação: Sérgio Vieira, Luis João Mosteias, Bibi Santos e Tânia de Brito