
“HOTEL DE PROVÍNCIA” é um espectáculo construído a partir da comédia em um acto, “Incidente com um compaginador” do dramaturgo russo Aleksandr Vampilov (1937/1972). A acção desenrola-se num hotel estatal algures na longínqua Sibéria onde o protagonista, um funcionário público de irrelevante importância social, se comporta como um cacique de poderes ilimitados, excedendo-se no seu exercício. Os conceitos de ordem e disciplina ganham um estranho sentido absurdo e incongruente num pequeno mundo donde parece ter-se ausentado a sensatez e a humanidade. A chegada de um novo hóspede ao hotel e uma vez equivocada a sua identidade, põe toda a estrutura de poder e chefia em causa, o hotel entra em colapso e desmorona-se caoticamente. Como em outros momentos da história do teatro, também aqui a comédia é a forma de exorcizar fantasmas e pôr a ridículo os “poderosos” mesmo se o seu poder é mesquinho, insignificante e efémero. Vampilov denuncia nesta comédia, a corrupção não apenas nas altas instâncias, mas nos mais pequenos funcionários, insignificantes sem identidade mas que mesmo assim exercem o seu escasso poder de forma tirânica. Apesar da sua curta carreira, interrompida tragicamente aos trinta e cinco anos de idade, Vampilov marcou definitivamente uma nova geração de autores, podendo mesmo falar-se do teatro russo pós Vampilov, onde é latente a memória de Tchekov ou Gogol.
Encenador: Gil Salgueiro Nave
Cenografia e figurinos: Luís Mouro
Interpretação: Fernando Landeira, João Ventura, Luís Campião, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Teresa Baguinho Produção: Alice Dias
Secretariado: Eugénia Nunes
Assessoria de imprensa: Vanessa Silva
Fotografia: João Antão e Foto Cidade
Como o nome indicia, o tema desta nova criação é um dos alimentos mais populares em todo o planeta: o Queijo. Penela é um concelho onde existe uma grande produção de queijo, nomeadamente o célebre Queijo Rabaçal. A peça aborda portanto uma temática de índole local. O projecto está ainda integrado na programação mais vasta da Encerrado para Obras para o ano de 2009, cujo eixo temático é o tema da Alimentação.
Em “Quesa‐me Mucho”, 3 versáteis intérpretes (actores, músicos, malabaristas) revelam, num tom essencialmente cómico, todos os segredos do queijo. O público terá desta forma a oportunidade de conhecer, de forma detalhada, o que é o queijo, alguns dos principais tipos de queijo e respectivos métodos de produção em distintos pontos do globo, os animais a partir dos quais se fabrica queijo (não apenas ovelhas, cabras ou vacas, mas também o camelo, o iaque, e outros mamíferos insuspeitos); terá ainda a oportunidade de vislumbrar um pouco da história do queijo ao longo dos tempos, passando pelas várias formas de fabrico artesanal e familiar, até à era industrial, em que o queijo passa a ser produzido em quantidades astronómicas para ser ingerido por milhões de pessoas em todo o mundo.
Sendo que se trata de um projecto direccionada prioritariamente à infância e jovens em idade escolar (faixas etárias a partir dos 4 anos), o espectáculo inclui alguns elementos pedagógicos directamente relacionados com o tema da nutrição.
No sentido de assegurar maior dinamismo e ludicidade ao espectáculo, o projecto é desenvolvido com recurso a diversas linguagens artísticas, nomeadamente a música tocada ao vivo, a manipulação de bonecos articulados, o malabarismo, a dança e a coreografia.
Autoria e encenação: David Cruz, Estela Lopes
Direcção musical e canções: David Cruz
Interpretação: Andreia Barão, David Cruz, Estela Lopes
Cenografia e adereços: Marta Alves
Figurinos: Cristina Câmara Pestana
Desenho de luz: David Cruz, Wout Straatman
Montagem e operação técnica de luz e som: Wout Straatman
Imagem gráfica: Antoine Pimentel
Apoio na criação de caderno pedagógico: Exploratório Infante D. Henrique
Assistentes de produção: Sara Fernandes, Mónica Gomes
Apoio à produção: Inês Fernandes, Mário Duarte (C.M. de Penela)
Produção executiva: David Cruz
Produção: Encerrado para Obras, 2009
Encenação: Sónia Botelho
Cenografia: Fernando Landeira
Desenho de luz e sonoplastia: Vasco Mósa
Interpretação: João Ventura, Rui Raposo Costa e Teresa Baguinho
Produção: Alice Dias
Secretariado: Eugénia Nunes
Assessoria de imprensa: Vanessa Silva
Fotografia: João Antão
O espectáculo D. Quixote, inspirado no romance de Miguel Cervantes narra as aventuras e desventuras de D. Quixote de La Mancha e do seu fiel companheiro Sancho Pança. D.Quixote imbuído de um profundo sentido de justiça e de ideais de amor e cavalheirismo parte em defesa dos fracos e dos oprimidos numa viagem em que a loucura e a imaginação se misturam com a realidade. O espectáculo tem como público alvo os alunos do 1º e 2º ciclos habituais espectadores das nossas produções para o público infanto – juvenil.
Texto – Miguel Cervantes
Adaptação Dramaturgica – Susana Teixeira
Encenação – Susana Teixeira
Intérpretes – Ana Rodrigues, Adriano Bailadeira, José Soutino, Verónica Barata, Vítor Pires.
Figurinos / Cenografia – Sílvia Félix Trindade
Imagens de vídeo – Cláudio Félix Trindade
Musica original – Paulo Félix
Cartaz / Programa – Cláudio Félix Trindade
Desenho de luz – Armando Mafra
Sonoplastia– Hélio Pereira
Carpintaria – Armando Mafra e Hélio Pereira
Costura – Gregória Barata
Secretariado - Alexandra Janeiro / Rita Tavares
Produção – Sílvia Félix Trindade / Susana Teixeira
Manutenção – Filomena Cova
OS DIAS FELIZES é um maravilhoso poema de amor, o canto de uma mulher que ainda quer ouvir e ver o homem que ama."
Winnie é uma personagem que cria o seu presente a partir de fragmentos de uma existência anterior. Está a afundar-se na terra. No Acto I está enterrada até à cintura, e passa o tempo entre a campainha que toca para acordar e a que toca para dormir tentando envolver Willie – o seu companheiro – na conversa, evocando memórias de uma vida anterior, em que a mobilidade era possível, contando histórias a si própria e remexendo nos seus objectos dentro do saco. O seu conflito interior reside no facto de o seu interlocutor lhe poder falhar e ter que passar a falar sozinha, coisa que não poderá suportar.
Na condição em que se encontra, é absolutamente necessário que encontre forma de passar o tempo “à moda antiga”, de forma a minimizar as adversidades que enfrenta, dia após dia. Assim, não pode parar de falar, para se obrigar a não pensar no que a atormenta, como não pode prescindir dos seus objectos, recordações palpáveis do que ela já foi e pode (enquanto os puder usar) continuar a ser, vivendo assim um “dia feliz” de cada vez.
Encenação: Júlio Castronuovo
Tradução: José Vieira de Lima
Interpretação: Isabel Bilou e Rui Nuno
Cenografia: Carlos Barreira
Figurinos: Inês de Carvalho
Iluminação: António Rebocho
Em plena crise, num lugar inóspito, no meio do nada, uma empresa que não é fantasma – um Saloon! – tenta prosperar com a sua actividade de serviço público, mas o ambiente não está de feição e o saloon conhece sucessivos donos que, disputando o poder à boa maneira do oeste selvagem, tentam impor a sua lei, mas nunca por muito tempo: incorrigíveis corruptos cedo têm o destino que sabem que merecem.
Catt Pingado, Kid Mocas, Débora Boy, Xerife Olívia, Susy Carioca, Teclas Man, Lulu Quem-me-dera, Speedy Meu, FredySnif e Lucas Rosinha, mais Cavaca, o cavalo com cornos de vaca, são as personagens desta história, destrambelhada, dos nossos dias... ao sabor do velho oeste americano.
Texto Abel Neves
Encenação Graeme Pulleyn
Musica Carlos Clara Gomes
Cenografia e Figurinos Ana Brum
Construção de Cenários Carlos Cal
Assistência à Cenografia Mª da Conceição Almeida
Confecção de Figurinos Capuchinhas CRL
Design Gráfico ZéTavares
Direcção de Produção Paula Teixeira
Assistência de Produção Susana Duarte
Comunicação Paula Teixeira e Susana Duarte
Operação Técnica Carlos Cal e Eduardo Correia
Interpretação Abel Duarte, Paulo Duarte, Daniela Vieitas, Neusa Fangueiro e Nuno Bravo Nogueira
“A mosca” é um espectáculo de teatro musical que vive intensamente de um jogo teatral, físico e clownesco, que potencia fortemente a comunicação com um público que é parceiro e cúmplice desse mesmo jogo.
Devido às suas características é um espectáculo que facilmente se adapta a qualquer tipo de espaço como cafés-teatro/concerto, bares, restaurantes, salas de espectáculo, etc.
Sinopse:
Ela chama-se Pim e a música é um pretexto para nos contar a sua viagem.
Durante o percurso, ela canta, cresce, sonha, ri, fuma, discute, revolta-se, viaja, corre, recupera memórias, perde-se por um cowboy, bebe, embriaga-se, ri de novo, fica só, amarga-se, perde-se pelo mesmo homem, ou por outro igual ao primeiro, enternece, sorri, dança, ama, zanga-se e discute de novo, joga, fica só mais uma vez, corre, perde-se novamente, encontra-se, volta ao cowboy e regressa à vida.
Ele chama-se Cool e é cowboy. Entra e sai da vida dela quando lhe apetece ou dependendo das circunstâncias.
Um encontro mais que perfeito entre uma actriz enérgica, versátil e generosa , e um músico multifuncional, descontraído, também versátil e disponível.
Criação: Ilda Teixeira e Telma Saião
Dramaturgia e encenação: Ilda Teixeira
Interpretação: Telma Saião e João Bastos
Direcção musical: João Bastos
Figurinos: Sara Machado da Graça
Grafismo: João Bastos
Desenho de luz: João Sofio
Operação de luz: João Sofio
De BRECHT/WEILL
“Canções de amor e raiva na selva das cidades” traduz para nós a inquietação dos tempos que correm. As incertezas no futuro, a urgência de caminhar sobre novos caminhos, a necessidade de construir outros destinos, a vontade de encontrar em cada homem um amigo e não um lobo. De Brecht, esclarecido poeta, observador/narrador do seu conturbado tempo, quem diria hoje tão fecunda e premonitória a sua visão do mundo!
Cá estamos de novo á beira da cratera, se é que alguma vez de lá saímos, envoltos no fumo das cidades caóticas, correndo sem saber onde chegar, alguma vez de lá saímos, envoltos no fumo das cidades caóticas, correndo sem saber onde chegar, faminto. Que tempos estes! Em que falar de amor supõe o esquecimento dos que esgravatam nos despojos excedentes da abundância. O ódio tem a cor cinzento-chumbo nas colinas de Bagdad e nas “favelas” do Rio e o mundo assim não tem paz. Como preparar a terra para os vindouros, como construir-lhes a esperança?
Tantas perguntas e tão poucas respostas!
Interpretação: Susana Russo, Hélder Filipe Gonçalves, Gil Salgueiro Nave, Rui Nuno
Colaboração: Paulo Nuno Silva, M.ª João Alface, Dina Nunes
Direção Artística: Gil Salgueiro Nave
Todos temos papões. Os dela vivem dentro da cama, bem lá no fundo dos lençóis, onde os pés (ainda) não chegam e está muito escuro. Nunca os viu, mas imagina que estão lá, sossegados, à espera que a luz se apague para aparecerem. Serão bichos? Falarão? Terão pêlo, orelhas compridas e um monte de braços? Terão fome, boca sequer?! Como não os conhece, não consegue parar de se fazer perguntas… E não consegue dormir. Uma noite - enviado por Não-Se-Sabe-Quem, primo afastado do João Sem Medo e de outros famosos heróis corajosos das histórias antigas - ele vem para ajudá-la a conhecer o medo. Mas, cansado dos ultrapassados Homem-do-saco, Lobo Mau, velhas bruxas e fantasmas, fica fascinado pelo que ela diz haver no fundo da sua cama… A curiosidade e a coragem ultrapassam o medo e os dois embarcam numa (arriscadíssima!) viagem pelo escuro desconhecido do fundo da cama.
Papões: Criação colectiva
Encenação: Sofia Cabrita
Interpretação: Filipe Seixas e Vânia Silva
Cenografia e Figurinos: Sara Machado da Graça
Quatro animais; um burro, um cão, um gato e um galo. Cada um conta a sua história, a razão que os levou a deixar os donos. Iam ser abandonados, ou mortos pelos antigos amos. Os quatro têm agora um elemento em comum, a velhice. São quatro anciãos, que não se sentem, nem querem vir a sentir-se como trapos velhos. Juntos vão encontrar o caminho da partilha, da sabedoria e do conhecimento. Unidos serão mais fortes.
Encenação e Dramaturgia: José Caldas
Assistência de encenação: Xico Alves
Interpretação: Alberto Fernande: Luiz Oliveira, Patrícia Ferreira e Vítor Fernandes
Música Original: Alberto Fernandes
Cenografia: Marta Silva
Construção de Máscaras: André Ribeira, Ângela Rodrigues, Diana Cunha, Isa Ferreira, Margarida da Mata, Samantha Simões Jesus, Sara Soares e Susana Sequeira
Construção de Cenografia: Carpintaria Álvaro Lopes e Estordarte - Fernando Lopes
Desenho e Operação de Luz: Nuno Tomás
Desenho de Cartaz: Marta Silva
Design Gráfico: Nuno Tomás
Direcção Artística: Luiz Oliveira e Carlos Lamego
Secretariado: Fred Meireles
Produção: Jangada Teatro
Co-Produção: Casa das Artes de Famalicão
Um conto de Vasco Graça Moura inspirado na obra de Paula Rego.
Um espectáculo portátil para chegar onde o teatro não existe levando consigo 5
pinturas para uma história.
No seguimento de “A Menina que Roubava gargalhadas” de Inês pedrosa sobre
a obra de Júlio Pomar e “Menina Coração de Pássaro” de Luísa Dacosta, o Trigo
Limpo teatro Acert estreou mais um espectáculo baseado num livro do Plano
Nacional de Leitura. Desta vez conta-se a história de uma menina que depois de
calçar umas botas mágicas não consegue parar de dançar… Um conto de Vasco
Graça Moura inspirado na obra de Paula Rego.
Este espectáculo de formato portátil, que se destina a ser apresentado em
espaços diminutos, não convencionais, nomeadamente salas de aula e bibliotecas,
tem uma componente diferente dos anteriores. Para além de levar o teatro a
espaços onde ele habitualmente não existe, leva também, uma parte da obra da
grande pintora Paula Rego, possibilitando que, muitas crianças (do interior do
país) tomem contacto com a sua pintura.
Cinco das sete obras de Paula Rego que ilustram o conto de Vasco Graça Moura,
irão ilustrar e servir de suporte à narrativa do espectáculo. Reproduções em tela
entram e saem de cena, colocadas num cavalete, que fazendo parte do cenário, é
um objecto íntimo da pintura, e sinal do imaginário plástico da criadora de cada
uma delas.
Adaptação, encenação e letras: Raquel Costa
Actores: José Rosa, Raquel Costa e Sandra Santos
Figurinos: José Rosa
Música: Lydia Pinho
Desenho de Luz: Luís Viegas
Cenografia: Zétavares e Raquel Costa
Criação de Adereços: Adriana Ventura
Secretariado e produção: Marta Costa
Agradecimentos: Paula Rego, Vasco Graça Moura, Maria Arlete Alves da Silva e Manuela Hobler
Um álbum de fotografias de família coberto de pó.
Quatro sombras procurando as suas personagens.
Um jogo sem sentido, repetido infinitamente.
Comédia negra, dark, decadente, habitada por mortos e almas.
Trata-se de um projecto de teatro que visou a criação de um texto original, escrito a partir de improvisações (devising) e de memórias individuais dos intervenientes, baseado num trabalho de pesquisa sobre as pessoas às portas da morte, sobre a velhice, e sobre o silêncio. A criação de uma família virtual, através de uma selecção de objectos íntimos, cheios de densidades afectivas, e de um álbum de recordações que, de uma forma sensorial, inspirem todo o universo do trabalho.
SHADOW PLAY evoca um processo criativo em que se trabalharam duas peças alternadamente. Objectivo: criar dois mundos que se entrelaçam e se articulam num único espectáculo. Um, o dominante, sobre a família de D. Eduarda, com as suas personagens e os seus tempos; o outro, baseado num jogo de mentira, o jogo sombra.
Encenação: Francisco Campos
Texto e interpretação: Maila Dimas, Susana Nunes, Carlos Marques e Francisco Campos
Cenografia: Sara M. Graça
Figurinos: Andreia Rocha
Desenho Luz: Nuno Patinho
Design Gráfico: Miguel Rocha
Projecto financiado: Ministério da Cultura, Direcção Geral das Artes
Produção: Projecto Ruínas em co-produção com O Espaço do Tempo; AL-MaSRAH Teatro; Câmara Municipal de Montemor-o-Novo
Apoio: Fundação Eugénio de Almeida; BAAL 17 – Companhia de Teatro na Educação do Baixo Alentejo; DeVIR/CAPA
Ptolomeu Rodrigues é um marinheiro cabo-verdiano que celebra a epopeia secular do seu povo, evadindo-se da sua ilha, ainda muito novo. Navega por todos os mares do mundo e convive com galdérias e prostitutas, malandros, candongueiros e chulos, marinheiros e outras gentes do mar. Define-se como "um preto bem vestido" e está sempre pronto a "mostrar o seu orgulho de macho, bem apetrechado". Acompanhamo-lo então por Roterdão onde convive com os seus compatriotas emigrados, viaja de barco entre a Holanda e a Irlanda, onde encontra duas militantes revolucionáras da ETA e do IRA, estamos num bordel do Ferrol, na Espanha de Franco, "um fascista que nem ao menino jesus interessa", atravessamos as ruas geladas de Vladivostoque, na Sibéria, então a Guantânamo soviética, onde o nosso herói é preso e torturado depois de ter feito amor, ao mesmo tempo, com três "meninas" russas, acontecendo-lho "uma erecção jamais vista". Enviado sob escolta para Moscovo, aí é salvo pelos obreiros da independência da sua terra, antes "colónia dos fascistas tugas". Vai ainda dançar o tango a Buenos Aires, numa Argentina sob o poder dos generais e finalmente chega à Baía de Todos os Santos, em São Salvador, onde se apaixona...
Interpretada em tom de comédia, esta é uma peça de teatro em que os actores, num ecléctico e multifacetado jogo de personagens e utilizando uma linguagem crua e descomplexada, nos vão contando, às vezes com uma boa dose de cinismo, histórias deste aventureiro dos sete mares que, aparentemente, só nos fala e de uma forma despudorada, das suas picarescas proezas sexuais.
Porém, as aparências (e o Teatro) iludem, porque a peça é, afinal, uma bela história de vida que nos fala de um grande amor perdido e de uma nova amizade conquistada. Ptolomeu aprendeu muito por esse mundo fora e dá-nos a conhecer episódios e acontecimentos políticos e sociais de que é testemunha.
É por isso que o Teatro é um lugar de futuro, nele se encontra, também, a memória dos homens.
Texto: Tchalê Figueira
Dramaturgia e encenação: José Leitão
Interpretação: Flávio Hamilton e Valdemar Santos
Direcção de movimento e sonoplastia: Tilike Coelho
Direcção plástica e cartaz: Fátima Maio
Espaço cénico: José Leitão, Fátima Maio e José Lopes
Desenho de luz: Leunam Ordep
Execução cenográfica: José Lopes
Operação técnica: Pedro Carvalho e José Lopes
Design gráfico: Caderno
Fotografia: Marcos
Produção executiva: Claúdia Silva
Assistente de produção: Carina Moutinho
Direcção de produção: Jorge Mendo
Direcção artística Teatro Art'Imagem: José Leitão
Vincent Van e Gogh são três dos personagens que ocupam um espaço com pincéis, telas, chapéus e cavaletes. Através da relação e o jogo destes personagens com os objectos emergem figuras e situações que marcaram a vida e a obra de Van Gogh. Um espectáculo visualmente poético, onde se sugerem algumas das mais emblemáticas obras de Van Gogh.
A narrativa não é cronologicamente linear o que permite situações cénicas que nos transportam para ambientes de delírio, de inquietude e de desconcerto, às vezes associados a alguma ironia e humor. O espectáculo oscila assim entre o drama e a comédia, a realidade e a imaginação, entre a vida e a arte.
Nota dos actores:
Esta criação é uma humilde homenagem ao pintor holandês que se tornou no paradigma do “artista maldito” que não vê a sua obra reconhecida; ao homem cuja vida é a história de um fracasso, em busca, primeiro da verdade religiosa e, mais tarde, da arte. Van Gogh acabou sozinho, doente e, dizem alguns que louco, até se suicidar, aos 37 anos, em Auvers-sur-Oise em França.
Criação e Interpretação: Noelia Domínguez, Sérgio Agostinho e Ángel Fragua
Iluminação: Paulo Neto
Operação de luz: Paulo Neto/ Eurico Alves
Figurinos e Adereços: PERIPÉCIA
Desenho Gráfico: Paulo Araújo/ Pedro Coelho
Fotografia: Paulo Araújo
Direcção: José Carlos Garcia
"As qualidades de Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo saltam ao ouvido nesta estreia. Eles sabem chegar à pop por mais do que um caminho, as canções são coesas, há um nítido saber-fazer, e puxam pela elasticidade língua portuguesa sem complicar.
Além disso, contaram com Hélder Gonçalves na gravação e produção, o que estabelece a diferença entre um disco seguro, cheio e indeciso (que é isso que Virgem Suta é) e o tristonho exercício de estilo em que os álbuns de estreia de grupos pop-rock nacionais costumam cair. Até acontece que o melhor do CD são os momentos em que o som Clã surge no radar: na ternura de "Linhas Cruzadas", no blues esotérico de "Anjo em Descensão" e no pequeno divertimento de "Feio". Três canções que fogem ao abuso do tom boémio/ burlesco que afecta boa parte do disco."
Jorge Manuel Lopes, in http://www.timeout.pt/news.asp?id_news=3929
21/07/2009
Jorge Benvinda e Nuno Figueiredo