
Dramaturgia e Encenação: Pompeu José | Assistência de Encenação: Pedro da Silva | Interpretação: Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Sónia Botelho | Cenografia: Zé Tavares | Figurinos: Ruy Malheiro | Desenho de Luz: Paulo Neto | Sonoplastia : Luis Viegas | Produção : Teatro das Beiras e Trigo Limpo teatro ACERT | Operação de luz: Jay Collin | Secretariado: Eugénia Nunes | Assessoria de imprensa: Vanessa da Silva | Fotografia: Carlos Fernandes | Desenho Gráfico: Zé Tavares | Carpintaria: Carmoserra | Apoio : João Nascimento, Rui Ribeiro e zito Marques | Vídeo: Lobby Productions
Um envelope longamente esquecido, um dia revisitado. Dentro, velhos
instantâneos de teatro. Vagas memórias das circunstâncias em que foram
obtidos, um ou outro nome das peças a que pertenceram e uma viva
presença dos actores em cena. Mas nada do que dizem se faz presente.
Contudo, eles falam, dialogam, ou pensam, ou monologam. Que dizem
eles então? Eis o mistério que as imagens sugerem mas não revelam. E
esse simples facto eleva o campo das possibilidades discursivas, tão só, ao
número de indivíduos que interroga, sem levar em conta a miríade de
discursos que podem despoletar, consoante o estado de ânimo. Os textos
que vão aqui podiam ser outros. O momento ditou estes.
Autor: Joaquim Nabais
Era uma vez um menino que pelos azares da história, ficou órfão muito cedo. E como único filho herdeiro, viu-se forçado a subir ao trono, muito antes de ter estudado tudo o que devia, muito antes de saber de cor todos os nomes das terras, montanhas e rios, do país onde ia reinar. Um rei-menino que ansiava brincar como menino que era: saltar a janela da sala do trono e ir ao encontro de outros meninos que jogavam ao berlinde na rua. Mas o peso da responsabilidade de ser rei, não lhe permitia essa evasão. A própria coroa de ouro era pesada demais para a sua pequena cabeça quando assistia às cerimónias palacianas ou presidia ao enfadonho Conselho Real rodeado de velhos conselheiros. "Um rei é um rei" - Dizia-lhe o aio D. Belizário, no dia que o reizinho decidiu fazer de patins, o seu longo percurso até à sala do conselho; o seu manto esvoaçava como uma longa asa. "E um menino é um menino" - Respondia o rei, cansado da sua obrigação de reinar. Onde se teriam escondido os sonhos de menino durante o seu reinado? E os amigos da sua idade, os berlindes, os jogos da cabra-cega, do eixo e da bola? Decerto que bem guardados na sua imaginação. Anos depois, já rei-homem, parece que não reinou mal. Talvez porque sonhos e desejos cresceram com eles, tornando o seu coração mais forte.
Adaptação e encenação: Isabel Bilou | Interpretação: Pedro da Silva, Rui Raposo Costa e Vânia Fernandes | Banda sonora: Gil Salgueiro Nave | Cenografia: Fernando Landeira | Assistente cenografia: Susana Gouveia | Figurinos: Isabel Bilou | Marionetas: Cão Danado & Companhia | Desenho de luz: Fernando Sena e Jay Collin | Cartaz: Vanessa da Silva e Ivo Silva | Produção: Teatro das Beiras | Secretariado: Eugénia Nunes | Assessoria de imprensa: Vanessa da Silva | Fotografia: Paulo Nuno Silva | Vídeo: Lobby Productions
Estrelinho é um cego que conhece o mundo através dos olhos do seu guia Gigito que lhe conta o que vêem os olhos da sua imaginação. Gigito fantasia e o cego crê.
Um dia Gigito é chamado a cumprir o serviço militar, parte para a guerra e deixa a sua irmã, Infelizmina, a tomar conta de Estrelinho.
Mas Infelizmina não era menina de inventar, e o que descrevia era a mais pura das realidades. Estrelinho fica tão desalentado que pensa que perde a visão pela segunda vez.
Gigito morre na guerra. Órfã de seu irmão, Infelizmina, entristecida, definhava. Então, Estrelinho pega na mão de Infelizmina e descreve-lhe o mundo tal como tinha aprendido antes com Gigito.
Texto Original: Mia Couto | Concepção e Encenação: Isabel Leitão | Interpretação: Bibi Gomes, Isabel Leitão e Rui Cerveira | Desenho de Luz: Celestino Verdades | Música Original: Miguel Cervini e Duarte Cabaça | Espaço Cénico: Fernando Jorge Lopes e Élio Antunes | Adereços: Élio Antunes | Figurinos: Mónica Madeira | Coreografia: Joana Bergano | Colaboração Artística: Joana Gomes | Operação técnica: Celestino Verdades, Élio Antunes | Grafismo e Fotografia: P2F | Concepção/Vídeo/Spot TV: João Varela | Assessoria de imprensa: Nádia Monteiro | Produção: Sofia Oliveira | Assistente de produção: Paula Almeida | Promoção: Victor Pinto Ângelo
Último Acto, de Anna Langhoff, foi representado pela primeira vez no Teatro Gorki, dirigido pela autora. Trata-se de uma peça que decorre durante um ensaio, próximo da estreia, a partir do momento em que o encenador é “visitado” pelo escritor/dramaturgo. Este deseja que aquele escolha dirigir um texto seu. Um retrato cruel e cómico sobre as relações de poder no teatro, um olhar descarnado sobre as práticas e a cultura teatrais e o entendimento ou desconhecimento que delas fazemos.
Último Acto é completado por A Arte do Futuro, de Alexej Schipenko, um texto onde também se fala de arte, de deus, da morte, do mundo, dos nossos desejos e medos.
Autor: Alexej Schipenko, Anna Langhoff e Rui Madeira | Tradução: Helena Guimarães e Regina Guimarães | Interpretação: Carlos Feio, Rogério Boane, Solange Sá, André Laires, Frederico Bustorff e Vicente Magalhães | Assistentes: Carlos Feio e André Laires | Desenho de luz: Fred Rompante | Ambiente sonoro: Luís Lopes | Criação vídeo: Frederico Bustorff Madeira.
Criado na Associação Cultural do Imaginário para celebrar o centenário do nascimento de Django Reinhardt no Festival – Jazz na Cidade, em Évora, 2010, o “Django Tributo – Sexteto de Hot Jazz” , pratica de forma arrojada, aberta e imaginativa um repertório do que hoje se chama jazz manouche ou gypsy jazz, com recurso à improvisação e virtuosismo instrumental característicos desta expressão musical. Uma voz feminina, à semelhança das que o próprio Django Reinhardt tantas vezes acompanhou, interpreta grande parte do repertório, em particular, versões no original em francês de canções compostas sobre algumas das suas mais célebres composições, como Nuages e Douce Ambiance.
Voz: Susana Bilou | Viola de arco: André Penas | Guitarra acústica: Domingos Alberto/António Pinto Sousa | Sax soprano: Gil Salgueiro Nave | Contrabaixo: Joaquim Nave
Inês é uma jovem irreverente, cheia de vida e energia. A jovem mais bonita da aldeia. Assim, não é estranho que os olhos do filho da família mais abastada das redondezas se tenham fixado nela. O coração de Inês, esse, já tem dono. Terá ela força para impedir o casamento, o seu casamento, arranjado pelos pais de ambos? Como poderá esta jovem sobreviver e vingar no mundo para o qual sente que está a ser arrastada? Manipulada e presa por aqueles que a rodeiam, conseguirá ela erguer-se com sucesso das suas humildes raízes e lutar para que a sua filha tenha uma vida diferente, livre das regras da família, onde possa escolher que rumo seguir, quem amar? Quem dá as cartas neste jogo e qual a melhor altura para se fazer a jogada?
Uma coisa é certa: alguém vai perder e quando isso acontecer o mais certo é que perca tudo. A vida de Inês está sob o olhar atento de uma comunidade que julga e leve as suas presas ao seu limite, empurrando-as para o abismo. Haverá esperança para ela? Mas onde se esconde um segredo do qual não se pode falar? Até onde se pode passar por cima de tabus sociais para manter a paz? Onde se guardam pensamentos que não queremos que mais ninguém ouça?
A música e as emoções levam-nos numa viagem comovente e divertida, mas dolorosa emocionalmente que nos transporta para a mente conturbada de uma mulher. A sua vida apresentada dentro e fora de uma realidade bamboleante, entre o real e surreal.
Texto: Thérèse Collins | Encenação: Paulo Duarte | Direcção musical: Ricardo Rocha e Carlos Adolfo | Interpretação: Abel Duarte, Eduardo Correia, Isabel Pinto, Paulo Freitas e Rebeca Cunha | Cenografia e figurinos: Ana Limpinho | Costureiras: Capuchinhas CRL e Maria do Carmo Félix | Construção de cenários: Carlos Cal | Assistência à construção de cenários e cenografia: Maria da Conceição Almeida | Desenho de luz: Paulo Duarte | Operação Técnica: Carlos Cal e Paulo Duarte | Direcção de produção: Paula Teixeira | Assistência à produção: Susana Duarte | Assessoria de imprensa: Paula Teixeira e Susana Duarte | Tradução: José Miguel Moura | Cartaz: Helen Ainsworth
Eis a Salta-Pocinhas, “raposeta pintalegreta, senhora de muita treta”, mestre de ladinas artes. Ao longo da história, vai levando todos na cantiga, só para encher a barriga. Os anos vão passando, e ela, farsante, sempre muito trapaceira, não cessa de enganar fulano, sicrano e beltrano até ao fim dos seus dias…
Texto: Aquilino Ribeiro | Encenação: Luiz Oliveira | Actores: Faria Martins, Luiz Oliveira, Sophia Cunha, Patrícia Ferreira e Vítor Fernandes | Música: Vítor Fernandes | Desenho de Luz: Nuno Tomás
É tão irritante estar sempre a ouvir dizer que somos muito pequenos e que ainda temos muito que crescer, não achas? Não sentes, às vezes, que os grandes não te levam muito a sério, só por seres mais pequeno?...
No nosso conto, o herói é pequeno e franzino, mas tem coração, sorte, bons amigos e um sonho: ser rei e mostrar ao irmão mais velho que, apesar de fraquito e pequeno, ele é capaz de vencer!
Pegámos num conto tradicional magrinho, pálido e esquecido, e demos-lhe de comer e
beber. Acarinhámo-lo e vimo-lo ganhar corpo e cor nas nossas mãos. Este conto fala de pequenos e grandes, de injustiças e conquistas, de dores e alegrias – fala, enfim, da aventura que é crescer, num espectáculo que brinca, do princípio ao fim, com a narração oral e a improvisação teatral.
Texto: a partir de um conto tradicional («Os dois príncipes», in Contos Populares Alentejanos, de António Thomaz Pires) | Encenação: Patrícia Amaral | Intérpretes: Bruno Martins, Cátia Agria, Pedro Carvalho | Luz, Som e Operação Técnica: Valter Alves | Cenário e Adereços: colectivo
O Teatro do Mar, dando prossecução ao seu projecto de resgatar elementos da identidade cultural da região – desenvolvendo uma dramaturgia inspirada na sua história, mitos e contos tradicionais – baseou-se numa lenda da freguesia de Porto Covo, nomeadamente da Ilha do Pessegueiro – “A Lenda do Menino da Gralha” – para criar o seu novo espectáculo, recuperando assim, para as novas gerações, parte do património imaterial do concelho.
A lenda e os factos históricos associados são reinventados de uma forma fictícia e poética, dando assim origem à criação de um texto dramatúrgico original, da autoria de Julieta Aurora Santos, o que vem enriquecer o património artístico da Companhia e da região.
A história é narrada por uma personagem onírica, a Maresia, uma figura central que suspende na cintura da sua extensíssima saia de mar, uma ilha. É a personificação da paisagem, a grande inspiração e ponto de partida para esta criação teatral. É o espírito daquele mar, como testemunha de todos os acontecimentos, quem nos conta as aventuras do menino e da sua amiga gralha, na Ilha do Pessegueiro. Uma história sobre o desejo de liberdade e paz num mundo que tende a desaparecer. As ruínas do fortim e a ameaça real de submersão da ilha, surgem como elementos simbólicos de uma memória que se pretende recuperar e perpetuar, partilhando-a com as novas gerações.
A narrativa, auxiliada na sua interpretação por marionetas de varas, define-se através de uma linguagem de grande visualidade, ambiente onírico e poesia, passível de ser compreendida por todos os públicos.
Texto e Encenação: Julieta Aurora Santos | Interpretação e Manipulação: Sandra Santos (Maresia), Carlos Campos (Menino), Luís João Mosteias (Gralha/Soldado), Sérgio Vieira (Capitão) | Cenografia e Adereços: João Calvário | Construção: João Calvário, Hugo Custódio | Bonecos: Sérgio Vieira, Sandra Santos, Carlos Campos, Luís João Mosteias | Figurino: Sandra Santos | Música: Zé Dado | Operação de Luz: Hugo Custódio | Operação de Som: Artur Chainho | Produção: Artur Chainho | Secretariado: Sónia Custódio | Imagem Gráfica: António Caetano
Em mudanças para a sua nova casa, Luísa, uma jovem estudante de filosofia e que detesta matemática, recebe a ajuda da amiga Mariana e do novo vizinho, o João. Desempacotar caixas, arrumar livros e organizar o quarto, situações que a rapariga não imaginava serem tão recheadas de números. O mundo da matemática, sempre presente em cada um dos nossos dias, é um mundo mágico, delicioso, útil e… muito apaixonante. Convidamos todos a para esta brincadeira em torno da matemática, ajudando a desvendar alguns mistérios e, quem sabe, aprendendo outros!
Elenco: Cláudia Ermitão, Patrícia Resende e Neto Portela | Texto: Margarida Fonseca Santos | Encenação: Nuno Nunes | Cenografia e Adereços: Bica Teatro
Sem antes nem depois, este é um episódio onde quatro personagens partilham um espaço de onde não podem sair.
N’O Regresso de Natasha há contradição do naturalismo e uma procura da musicalidade no quotidiano.
É uma comédia do absurdo ou uma tempestade que persegue o surrealismo.
Num país das maravilhas ou dentro dum ovo
há uma sociedade de quatro pessoas,
aquelas e mais nenhuma.
Não sabem se se conhecem,
mas percebem-se como conhecidos
e às vezes são uma família.
Um é G., o outro é L.,
uma é velha, a outra é.
O outro é de quem o apanhar
se houvesse, mas não há.
Cada um, herói da sua própria certeza,
confessa sonhos de riqueza
a um relógio derretido em cima da mesa.
E quando passa de táxi um monstro escondido,
vai tu
não vou
não vai
ela vai
vai-vai,
tenho medo e peço um desejo.
E assim vamos correndo,
num sopro,
até ao inevitável regresso de Natasha.
Texto e encenação: Ricardo Neves-Neves | Elenco: Ana Lázaro, Rita Cruz, Rogério Jacques, Vítor Oliveira | Música: Sérgio Delgado
A corte Portuguesa parte no mês de Novembro de 1807 para o Brasil. São 15000 almas embarcadas numa
enorme frota para defender da Invasão Francesa a coroa e o corpo. Em Fevereiro de 1808 chega à Baía de
Guanabara. O Principe Regente não autoriza o desembarque imediato de sua mãe a rainha louca.
D. Maria é durante dois dias uma rainha fechada no mar e passa em revista o casamento, a morte do filho, a
sujeição à igreja, tudo o que foi a sua acção pública e privada e assusta-se com a chegada a uma terra que viu
nascer e morrer Tiradentes o único homem sobre o qual ela usou o seu “direito de mandar matar”.
D. Maria está louca mas é dona de uma loucura que a protagonista define de forma magistral “a loucura não é
uma porta que se nos fecha mas muitas janelas que se nos abrem, só que todas ao mesmo tempo”. A
filha de D. José foi a primeira mulher que ocupou o trono. “Uma rainha num reino de homens”.
Texto: Antonio Cunha | Encenação: Maria do Céu Guerra | Elenco: Maria do Céu Guerra, Adérito Lopes | Direcção Plástica, Cenografia e Figurinos: José Costa Reis
Assistência de encenação: Marta Soares | Adereços: Nuno Elias | Desenho de Luz: Luis Viegas | Operação de Luz: Fernando Belo | Sonoplastia e operação: Ricardo Santos | Relações Públicas e Produção: Inês Costa | Secretariado: Maria Navarro | Costureira: Alda Cabrita | Montagem: Mário Dias | Ilustração cartaz: José Costa Reis | Design Gráfico: Inês Costa | Fotografias: MEF – Movimento de Expressão Fotográfica
É um grupo acústico onde predominam sobretudo os arranjos vocais.
Neste espectáculo faz–se uma abordagem à “Universalidade” da cultura
Portuguesa com temas originais do grupo, de José Afonso, Fausto, Vitorino,
Trovante, autores de Angola, Moçambique e Cabo Verde, assim como foram
musicados alguns poemas do poeta árabe Al-Mu`tamid.
NAU é um grupo em que os arranjos vocais têm uma grande
preponderância os quais são influenciados pelo “Cante Alentejano” (
sul de Portugal ) que por sua vez tem pontos comuns com os grupos
populares vocais da denominada Cultura do Mediterrâneo.
Voz e guitarra: Zé Pedro Grazina, Fernando Pardal e Artur Silva