“Operários da Utopia” é uma criação colectiva do Teatro das Beiras a partir da ideia de utopia. As inspirações literárias de Thomas More em Utopia de 1516, de Aldous Huxley em Admirável Mundo Novo de 1932 e George Orwell em Mil Novecentos e Oitenta e Quatro de 1949, foram o ponto de partida desta criação. E hoje? Em pelo século XXI, qual é o significado de utopia? Ou melhor: - Para que serve a utopia? Fomos aos protagonistas das novas utopias, alunos e alunas das escolas secundárias da Covilhã, perguntar o que entendem por utopia. Desenhámos mapas de ilhas/sociedades imaginárias nas salas de aula, criámos governos distopianos e admiráveis novos mundos, mas não encontrámos uma resposta satisfatória à pergunta. Trabalhámos teatralmente a partir do material recolhido nas escolas, as utopias que nos aproximam e, em oposição, reagimos pela interpretação negativa do futuro, com críticas e sátiras sociais, procurando no exagero um desenlace catastrófico para a humanidade. Nas distopias, encontrámos uma nova pergunta: - Para que serve o teatro? O teatro como espaço utópico do "não-lugar", lugar que não existe, lugar do imaginário, do futuro. Um teatro que serve de horizonte, que nos faz continuar a caminhar em direção à utopia. Estas são as duas perguntas chave para as quais não temos, nem queremos ter resposta, antes esperamos a partir delas provocar um debate necessário acerca da dicotomia existente entre a sociedade e a arte, o teatro e a utopia, a imaginação e a realidade. Afinal todos somos protagonistas, de uma forma ou de outra, na construção de um mundo novo. Somos os operários da utopia.
Encenação: Marco Ferreira
Direção musical: Rogério Peixinho
Assistência de encenação: Fernando Landeira
Interpretação: Marco Ferreira, Fernando Landeira, Sónia Botelho, Flávia Castro (acordeão), Inês Leitão (Clarinete), João Morgado(Violino)
Apoio técnico: Jay Collin
Direção de Produção: Fernando Sena
Produção: Celina Gonçalves
Fotos: Paulo Nuno Silva
Vídeo: Ivo Silva
Monólogos de uma Vida é a história de um homem que precisa de tomar uma decisão. É a terceira oportunidade que tem de mudar a sua vida, encontrar o amor e realizar-se. Reflete sobre a sua vida até esse momento. A peça tem três partes: Sísifo Um rapaz de cabeça quente, vinte anos de idade, sente-se frustrado com as limitações da sua vida numa pequena aldeia. Um acontecimento numa feira faz ferver as suas frustrações que viram violência e o ressentimento congela-se no seu estômago como neve. Ícaro O rapaz conhece uma jovem de Lisboa e apaixona-se por ela. É uma oportunidade para sair da aldeia, viver em Lisboa e criar uma nova vida. Graças a uma combinação de infeliz coincidências e o seu feitio precipitado ele acaba por deixar Lisboa e o amor da sua vida e regressa à aldeia. Perséfone De volta para a vida na aldeia, torna-se um agricultor de sucesso, vê a mudança chegar à sua região e através das novas tecnologias ganha acesso a um mundo maior. A sua antiga amada contacta-o através do facebook. Encontram-se e o amor reacende, mas quando visita Lisboa apercebe-se de quanto gosta da sua vida na aldeia e da ligação que sente à comunidade. Volta para a aldeia e confronta-se com a decisão que precisa de tomar. Esta peça é um triângulo amoroso entre um homem, o amor da sua vida e a sua terra natal. É contada por três performers, um actor, um bailarino e um músico.
Autor: Peter Cann
Tradução: Graeme Pulleyn
Encenação: Eduardo Correia
Cenografia e figurinos: Maria João Castelo
Desenho de luz: Paulo Duarte
Direção musical: Carlos Adolfo
Direção de produção: Paula Teixeira
Intérpretes: Abel Duarte, Carlos Adolfo e Filipe Moreira
Ela e ele, alienados pela ausência de consciência, de repente despertam através do renascimento da palavra; e em busca da sua própria identidade transitarão pelo território da noite até se verem despidos de todas as crostas que os impediam de ver a realidade autêntica. Uma viagem pela noite da História até ao turbilhão da nossa realidade atual. “Por aqui não há caminho”. Os versos de San Juan de la Cruz, diante da poesia contemporânea, fazem deste espetáculo uma experiência poética, um espetáculo onírico, onde a sensibilidade e as emoções assumem claro protagonismo frente à razão.
Dramaturgia: José Manuel Martín Portales e Agustín Iglesias
Direção: Agustín Iglesias
Elenco: Magda Gª-Arenal Granada e Mario Benítez
Espaço cénico: Mateo Expósito
Iluminação: Lucía Montañés
Figurinos: Luisa Penco e Mª Jose Franco
Adereços: Taller Guirigai
Maquilhagem: Pepa Casado
Design gráfico: Jose Iglesias Gª-Arenal
Fotografias: Ceferino López
Gravação Sonora: Carlos Delgado
“Todas as pessoas têm um herói e o herói do Senhor Pina é o ursinho Puff, personagem do seu livro preferido: As aventura de Joanica Puff (de A. Milne)… Mas como é que um poeta com muitos miolos admirava um urso com poucos miolos? Só vendo, não é?”… Este espetáculo trata um bocadinho disso. A partir do livro de Álvaro Magalhães, O Senhor Pina, escrito em homenagem ao poeta Manuel António Pina, O Trigo Limpo teatro Acert criou um novo espetáculo que nos revela o autor Álvaro Magalhães e o homenageado Manuel António Pina através da relação criada entre as duas personagens: Urso e Senhor Pina. As duas personagens encerram em si dois mundos: o mundo dos adultos – complicado e cheio de responsabilidades – e o mundo das crianças – simples e desprovido de preconceitos. Desta diferença resultam diálogos e situações bem-humoradas que nos mostram uma nova forma de olhar o habitual, o quotidiano e, até, a poesia.
A partir do livro “O Senhor Pina”, de Álvaro Magalhães
Adaptação e Encenação: Raquel Costa
Assistência de encenação: Pompeu José
Interpretação: Raquel Costa e Pedro Sousa
Cenografia: Pompeu José e Zétavares
Desenho de luz: Luís Viegas
Desenho gráfico: Zétavares
Carpintaria: Carmosserra
Figurinos: Raquel Costa
Costureira: Sandra Rodrigues
Fotografia: Carlos Teles e Ricardo Chaves
Produção: Marta Costa
Apoio à produção: Rui Coimbra
Tesouraria e secretariado: Paula Pereira e Rui Vale
Uma conferência sobre a Mitologia. Este é o ponto de partida que leva três personagens a fazer uma “viagem” em tom de comédia, em demanda da curiosidade e da imaginação universal, glosando os mitos universais e urbanos para expor a condição humana na nossa sociedade contemporânea. O Teatro Extremo apresenta “Mythos”, um espetáculo de inspiração clownesca. Interpretado por Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes e Rui Cerveira, é uma criação original, com direção artística de Joseph Collard, clown belga co-fundador da companhia Les Funambules, que integra o elenco do espetáculo “Ovo” do Cirque du Soleil.
Direção Artística: Joseph Collard
Interpretação: Bibi Gomes, Fernando Jorge Lopes e Rui Cerveira
Cenografia: Teatro Extremo
Construção de Cenografia e Adereços: Daniel Verdades e Maria João Montenegro
Figurinos: Arminda Moisés Coelho
Desenho de Luz: Celestino Verdades
Sonoplastia: Fernando Jorge Lopes e Joseph Collard
Montagem da Sonoplastia: Sandro Esperança
Direção Técnica: Celestino Verdades
“A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson é provavelmente a maior referência do imaginário das histórias enigmáticas e misteriosas de piratas e tesouros outrora enterrados em longínquos territórios, como do desconhecido e da vastidão do mar. Esta extraordinária história é narrada pelo jovem Jim Hawkins, marcada pela chegada do velho Lobo-do-Mar à hospedaria dos seus pais, um marinheiro misterioso e de ar assustador. Um pirata que perdura no nosso imaginário coletivo, assobiando velhas cantigas acompanhadas de histórias envoltas em ambientes fantásticos e cenários surreais. Por entre as histórias contadas por aquele marinheiro de ar rude e o desenrolar das ações, o jovem Jim vê-se a bordo do navio Hispaniola, numa expedição agitada e repleta de aventura até à Ilha do Tesouro.
Texto original: Robert Louis Stevenson
Adaptação e encenação: Fábio Timor
Assistência de encenação: Glória de Sousa
Espaço cénico e cenografia: Fábio Timor e Glória de Sousa
Seleção musical: Glória de Sousa
Marioneta “Jim” e figurinos: Isabel Feliciano
Marioneta “Papagaio”: J. Freire
Interpretação: Fábio Timor
“Não há gestos pequenos” (Noam Chomsky) Uma guarda-florestal recusa-se a aceitar a derrota perante a paisagem calcinada por um incêndio florestal. Recorda a fábula que ouviu contar por Wangari Maathai – a Mulher-Árvore, a fábula do humilde colibri, que apesar do rigor das chamas do bosque continua levando no seu bico uma gota de água, porque faz o melhor que pode. Assim nos aproximamos de Nyeri, uma povoação Kikuyu no coração de África, sob a paisagem sagrada do Monte Kenia, onde a menina Wangari Maathai dá os seus primeiros passos, começa a descobrir a beleza da Terra e dos ciclos da vida e da morte. A menina Wangari devolve a esperança a quem, como a guarda-florestal, acredita no voo do colibri.
Direção: Cristina D. Silveira
Elenco: Cristina Pérez, Elena Lucas, Amedia David, Elena Sanchéz
Dramaturgia: Itziar Pascual
Espaço Cénico: Susana de Uña
Elementos cénicos e vestuário: Pablo Almeida e Gonzalo Buznego
Composição e produção musical: Seidú
Letra “Harambee”: Itziar Pascual
Vozes: Carola Abarzúa e Amaru Araya
Desenho de luz: Francisco Cordero
Criação vídeo e animação: Carlos Lucas
Ilustrações/Animações vídeo e desenho gráfico: Marcos Polo
No contexto da obra camiliana a vertente dramática é a que tem merecido menos apreço da crítica literária, contudo, se analisarmos com atenção, veremos que aí estão as forças motrizes da produção novelística do Autor. O melodrama histórico; o melodrama burguês (onde se insere Justiça) e a comédia, dão nota cabal das preocupações éticas e filosóficas do autor, do seu modo de encarar o mundo e o país, os costumes e a realidade circundante, num contexto quase sempre autobiográfico. Em Justiça estamos num “olhar peculiar sobre a sociedade e os costumes. De um lado a utopia de uma sociedade que deveria nobiliar-se pela honra e pelo trabalho, a apologia do self-made man que, saído da pobreza, conquistará o seu espaço com probidade. Na trincheira oposta, os homens de mármore, corações empedernidos, adoradores do bezerro de ouro numa sociedade em que o homem era o lobo do homem. De um ângulo, o frémito social e tribunício espelhava as aspirações de uma classe em luta contra a aristocracia empobrecida e decadente, a viver a glória enferrujada de seus brasões. Do outro, o combate ao argentarismo sem entranhas do capital especulativo que visava impor a essa mesma burguesia, um modelo ético que a dignificasse”. Justiça, um dos pilares do estado de direito e tema central de análise sobre a qualidade da democracia na sociedade contemporânea.
Autor: Camilo Castello-Branco
Encenação: Rui Madeira
Elenco: André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Eduarda Pinto, Jaime Monsanto, Rogério Boane e Solange Sá
Cenografia: João Dionísio
Figurinos: Manuela Bronze
Criação vídeo: Frederico Bustorff
Criação sonora: Pedro Pinto
Design gráfico e fotografia: Paulo Nogueira
Desenho de luz: Nilton Teixeira
A Fera Amansada é uma das maiores e mais controversas cómicas batalhas do sexo. A farsa gira à volta do cortejar de Petruquio, um caçador de fortunas e Catarina, uma mulher temperamental e de pelo na venta. Inicialmente Catarina não se mostra interessada no namoro, mas Petruquio sedu-la com uma série de truques psicológicos – “a domesticação” – até ela se sentir impelida a casar com ele.
A partir de: William Shakespeare
Encenação: John Mowat
Interpretação: Luiz Oliveira, Rita Calatré e Vítor Fernandes
Música Original e Interpretação: Rui Souza
Desenho de luz: Fred Meireles e Fernando Oliveira