
O Teatro da Terra volta às comédias de portas, desta vez com a peça mais conhecida e representada de André Brun.
Baltazar Esteves, o “Esteves do Bacalhau” fez fortuna ao balcão a vender bacalhau, grão e batatas. É casado com a Capitolina e tem um filho e uma filha. O filho é um poeta, a filha lá conseguiu casar com um visconde.
Baltazar Esteves é também dono de vários prédios em Lisboa, entre os quais um, em Arroios, onde vive Alzira de Meneses, a quem todos chamam “a maluquinha de arroios”.
Alzira de Meneses, para além de ser um pouco destrambelhada é também uma mulher deslumbrante por quem todos os homens perdem a cabeça. E isso vai acontecer ao Baltazar, ao filho e ao genro.
Para aumentar a confusão e as trapalhadas, há ainda a D.ª Perpétua, manicura, calhandreira e alcoviteira; Aniceto Abranches, um procurador romântico; o pai da Maluquinha, um estroina do pior; a mãe da Maluquinha, meia louca e apaixonada, vários criados e ainda um macaco que se enfurece quando chove.
Autor: André Brun | Encenação: Maria João Luís | Interpretação: Ana Saragoça, André Albuquerque, Carolina Picoito Pinto, Cátia Nunes, Filipe Gomes, Inês Curado, Jaime Baeta, João Araújo, Marina Albuquerque, Paulo Duarte Ribeiro, Sérgio Gomes, Sónia Guerra, Vitor Oliveira, Carina R. Costa | Cenografia e figurinos: Ana Teresa Castelo | Desenho de luz: Pedro Domingos | Produção: Teatro da Terra
O ecrã do computador ou do telemóvel é um espelho onde criamos uma identidade, onde queremos ser reconhecidos, identificados, amados pelas imagens que criamos e pelos likes que recebemos. E se o espelho ficar deformado e nos disser que somos o que não somos?
Um espetáculo frenético, digital, que põe a nu uma realidade que muitas vezes achamos que só acontece aos outros!
Direção Artística: Carla Magalhães | Encenação: Jorge Alonso | Assistência à encenação: Leonor Guise Carvalho | Co-criação e interpretação: Eva Fernandes, Raquel Ribeiro, Ricardo Ribeiro e Romeu dos Anjos Pereira | Desenho de luz: Rui Gonçalves | Vídeos: Luar Imagem | Fotos de cena: Luís Valadares | Design: Ricardo Ferreira | Comunicação: Rubina Jassat | Assistência de Produção: Ângela Calisto | Produção: Krisálida
Sibí e Pip – Uma Viagem entre as Pequenas Palavras de Pessoa é uma viagem, quem sabe, de comboio, pelos carris da brincadeira, às palavras, escritas na infância, ou para a infância, pelo poeta Fernando Pessoa. Sibí e Pip, duas das primeiras personagens inventadas do poeta, são quem nos leva nesta viagem. Sibí, o Íbis, um pássaro maluco, inventor de palavras; e Pip, o secretário do pequeno Pessoa, guardador esquecido dos papéis e palavras da sua arca. São eles, juntamente com os personagens, que vão saltando de textos como Os Ratos, O Poema Pial, O Menino que tinha um chapéu ou o Comboio Descendente, que apresentam à criança as tais Palavras Brincadas de Pessoa. No mundo deste poeta fingidor tudo surge a partir das suas folhas de papel, dos seus escritos, das suas palavras. As palavras, as personagens que vão surgindo em cada texto e os próprios atores/ manipuladores, como cores heterónimas do poeta são o fio condutor. A palavra do poeta é o ponto de partida e de chegada. A brincadeira… o caminho. Ao privilégio dos caminhos!
Coordenação de projeto: Jeannine Trévidic | Criação e encenação: Jorge Soares | Interpretação e manipulação: Adriana Pereira, Luís Manhita e Raquel Ançã | Construção de marionetas: Jorge Soares, Adriana Pereira, Luís Manhita e Raquel Ançã | Voz off: Luís Vicente e Afonso Rosa | Desenho de Som: Diogo Aleixo | Promotor: ACTA
“Há muitos, muitos anos, antes de existir a terra, antes de existirem as estrelas, antes de existirem as galáxias, não havia nada….”
“(…) esta história poderia acontecer em qualquer lugar do planeta Terra, desde Portugal à Austrália, mas acontece no Japão. Numa pequena ilha do Japão. Na verdade, numa pequena vila, de uma pequena ilha do Japão. Na verdade, numa pequena casa, de uma pequena vila de uma pequena ilha do Japão”. “Esta é a história de uma caixa, uma pequena caixa que, como o universo, encerra os segredos dos nossos protagonistas, o sr. e a sr.a Yokohama”
O Tanabata é uma festa muito especial no Japão. Nesse dia as pessoas comemoram a conjunção de duas estrelas da Via Láctea. Há muitos anos, o casal Yokohama conheceu-se num Tanabata e convenceu-se de que a sua união fora planeada pelos astros. Foi assim que decidiram fazer uma lista com os desejos que haveriam de realizar durante a sua vida. Hoje, muitos anos depois, o casal Yokohama já realizou todos os desejos daquela lista. Todos, menos um. Um que foram deixando sempre para trás. Mas, neste ano, tem de ser, o casal Yokohama já não o pode adiar mais e tem de realizar o derradeiro desejo da sua lista.
Criação colectiva | Encenação e dramaturgia: Chiqui Pereira | Interpretação: Filipe Seixas e Marisela Terra | Narração (voz off): Sandra Serra | Música original: Bruno Domingos | Cenário: Fabrice Ziegler | Figurinos: Cláudia Ribeiro
“força e fraqueza: fronteiras de identidade, numa dramaturgia da Palavra”
36 anos depois voltamos a Strindberg. Depois de A Menina Júlia, numa encenação de Luis Varela, retomamos agora o diálogo com este Autor maior, neste contexto de “fronteiras”. Depois de grandes produções como As Troianas e Calígula no ano transacto, tolhidos, talvez, pelos tempos pandémicos, iniciamos um Ciclo que podemos chamar de teatro de câmara. Foi assim com “Gostava de estar viva para vê-los sofrer” de Max Aub, e continuará com este duplo Strindberg e com a adaptação de Alexis Schipenko, que ele mesmo dirigirá, a partir de Hamlet.
Em finais de 1888 e princípios de 1889, Strindberg escreve algumas obras curtas em um acto pensando no Teatro Experimental que está a começar a fundar em Copenhaga, seguindo o modelo de Antoine, em Paris. Entre essas obras estão: A Mais Forte, peça escrita essencialmente para Siri von Essen, sua mulher. Strindberg tinha pensado em Siri para fazer a protagonista nos países nórdicos e o de interlocutora, que na verdade não fala, naqueles, cujo idioma não dominava. A Mais Forte é considerada como um dos mais brilhantes monólogos da história do teatro. E PÁRIA, uma adaptação teatral muito pessoal do conto de Ola Hanson, um escritor sueco amigo de Strindberg. A Mais Forte e Pária, estrearam-se, junto com Credores, no dia 09 de Março, no Dagmarteatret de Copenhaga, seguindo-se uma apresentação em Malmoe, a 16 de Março. Como se sabe a vida do Teatro Experimental de Strindberg foi muito curta…
Autor: August Strindberg | Tradução: Rui Madeira | Encenação e dramaturgia: Rui Madeira | Cenografia: Manuela Bronze | Confecção e guarda-roupa: Mónica Melo | Maquilhagem: Jacqueline Caetano | Desenho de luz: Fábio Tierri | Paisagens sonoras: Grasiela Müller | Vídeo: Frederico Bustorff - Maria Augusta Produções | A MAIS FORTE elenco: Solange Sá e Eduarda Filipa | PÁRIA elenco: André Laires e Rogério Boane
Priscila e Natália, esposa e amante, respectivamente, de Nestor Coposo, famoso director de teatro de esquerda, presumivelmente assassinado há vinte e três anos, vivem num teatro abandonado, e que irá ser expropriado e demolido, o Teatro do Fantasma, antiga sede da sua companhia.
São duas mulheres unidas pelo amor e recordação do mesmo homem e pelo mútuo ideal de viver num mundo mais justo e melhor.
Enquanto fazem o inventário do que foi deixado dentro do velho teatro, procuram o texto de um autor desconhecido, que Nestor ensaiava quando morreu, e que ninguém tinha chegado a conhecer na íntegra, O Cerco de Leninegrado.
Quando o encontram entendem que ao apresentar a derrota do comunismo, o texto confrontava tanto a esquerda como a direita. Compreendem então que Nestor pode ter sido assassinado tanto por uns como por outros.
Apesar disso, ambas as mulheres permanecem fiéis às suas recordações e aos seus ideais, entrincheiradas, resistindo a tudo e à demolição do próprio teatro, testemunhas e participantes de uma época em que as ilusões, os ideais, os sonhos utópicos e os impérios se desmoronam.
Uma obra em que ambas as personagens são testemunhas de um tempo que já não existe, mas que alerta a nossa sociedade actual para os perigosos tempos que atravessamos.
Autor: José Sanchis Sinisterra | Tradução: Ernesto Sampaio | Dramaturgia e Encenação: Isabel Leitão | Consultor de dramaturgia: Fernando Rebelo | Adereços e figurinos: Isabel Muñoz Cardoso | Banda sonora: Fernando Rebelo | Desenho de luz: António Plácido | Fotografia: Margarida Araújo | Costureira: Teresa Plácido | Interpretação: Isabel Leitão e Isabel Muñoz Cardoso | Produção: Teatro Em Curso
Uma história sensacional! Nela, Saramago transforma-se em personagem e conta que sempre quis escrever um livro infantil sobre um menino que faz nascer a maior árvore do mundo. Segundo ele, a história, se fosse colocada no papel, “seria a mais linda de todas as que se escreveram desde o tempo dos contos de fadas e princesas encantadas”. – Isabela Lapa.
Texto: José Saramago | Adaptação e Dramaturgia: Alexandre Calçada, Elisabete Pinto, Isabel Barros | Encenação: Isabel Barros | Cenografia: José Luís Guimarães | Interpretação: Alexandre Calçada, Elisabete Pinto
Quem se chama José Saramago é uma meditação sobre o erro, uma visão sossegada do universo do escritor português em que se confrontam as diferentes fases da sua vida com os livros que as prepararam ou que foram sua consequência; uma vida e uma obra que acabaram por merecer-se; um labirinto em cujo centro reside a ascensão humana contínua de um homem que viveu desassossegado e escreveu para desassossegar.
Direção: Cristina D. Silveira | Dramaturgia: Rui Díaz Correia e Cristina D. Silveira | Intérpretes: Jorge Barrantes, Sílvia Morais, Elena Rocha e Tiago Moreira | Músicos: Alberto Moreno e Nuno Cirilo | Assistentes de direção: Ana García e Fernando Sena | Espaço sonoro: Álvaro Rodríguez Barroso | Vídeo de cena e ilustração: Alex Carot | Desenho de luz e direção técnica: David Pérez | Técnico de luz: Hâmbar de Sousa | Direção de Produção: David Pérez Hernando | Assistente de produção: Celina Gonçalves | Espaço de criação: La Nave del Duende | Vídeo promocional e fotografias: Ovelha Eléctrica | Uma coprodução: Teatro das Beiras e Karlik danza teatro | Apoio: Junta de Extremadura
Um texto sobre as grandes migrações forçadas de comunidades desfeitas, culturas colapsadas escapando da violência: “Uma família, que há gerações foge da guerra, chega, por fim, ao local onde a estrada termina. Aí ergue-se o Portão, para lá do qual se encontra a promessa de um mundo melhor. Para poderem entrar, contudo, terão de renunciar à língua que falam, às roupas que trazem e à caixa que, durante anos, arrastaram pelo mundo.”
Texto e encenação: Igor Lebreaud | Interpretação: Ana Teresa Santos, Hugo Inácio, Margarida Dias, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash | Figuração: Diogo Lobo | Espaço cénico: João Mendes Ribeiro | Figurinos: Ana Rosa Assunção | Desenho de luz: Danilo Pinto | Sonoplastia: Zé Diogo | Fotografia e vídeo: Eduardo Pinto